Duas mil crianças sírias refugiadas correm risco de morrer, diz Unicef

Cerca de 2.000 crianças sírias menores de 5 anos e refugiadas no Líbano correm o risco de morrer de desnutrição se não receberem tratamento imediato, alertou nessa terça-feira (25) o Unicef.

"A desnutrição é uma nova e silenciosa ameaça entre os refugiados no Líbano", advertiu Annamaria Laurini, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), durante a apresentação em Beirute de um relatório de avaliação realizado em 2013 sobre este fenômeno emergente.

Ela citou como causas "a falta de higiene, água não potável, doenças, falta de vacinação e má nutrição para crianças" refugiadas no Líbano, onde vivem um milhão de pessoas que fugiram do conflito na vizinha Síria.

De um total de 200 mil crianças que fugiram de seu país, cerca de 2.000 com menos de cinco anos "podem morrer e necessitam de tratamento imediato para sobreviver", indica o relatório.

As regiões libanesas mais afetadas são o norte e Bekaa (leste), onde os casos de "desnutrição severa" dobraram entre 2012 e 2013. E, de acordo com o relatório, esta situação pode "se deteriorar rapidamente devido ao aumento dos preços dos alimentos e o número de refugiados" que chegam todos os anos neste país de quatro milhões de habitantes e recursos limitados.

Segundo o responsável pela saúde e nutrição para a Unicef no Líbano, Azzedine Zeroual, as crianças menores de 5 anos são as mais vulneráveis, especialmente quando "vivem em condições difíceis em campos de refugiados".

"Uma criança que sofre de desnutrição é uma criança que perdeu o apetite, ela não quer mais comer (...) a desnutrição atinge primeiro o cérebro", explicou Azzedine.

Segundo ele, a situação se aproxima "do nível de emergência", quando a desnutrição aguda afeta 15% das crianças.

"Este é um verdadeiro início de crise", disse à AFP e a Unicef e seus parceiros estão "tentando reagir em razão do risco de mortalidade dessas crianças".

"A cada dia que passa, a situação se torna mais complicada", explicou ainda o professor, dizendo que foi lançada uma campanha para a detecção e tratamento desses casos.

Ao menos 400 das 2.000 crianças já estão recebendo tratamento.

Fonte: G1