Ogiva nuclear do Irã em quatro meses?

 

O Instituto para Ciência e Segurança Internacional dos Estados Unidos declarou hoje que, em um período máximo entre dois a quatro meses o Irã terá uma quantidade suficiente de urânio enriquecido para produzir uma ogiva nuclear.

Enquanto Teerã nega que seu programa nuclear tem fins militares, cresce a preocupação da comunidade internacional e do Estado de Israel com a quantidade crescente da tecnologia utilizada pelo Irã para enriquecer urânio, bem como as suas barras urânio que são utilizados como combustível.

O Instituto acredita que o Irã poderá construir ogivas nucleares em cerca de dois meses, mas, ao mesmo tempo, especialistas apontam que os desafios da engenharia iraniana podem causar alguns atrasos adicionais.

"Apesar do trabalho que foi feito antes, o país levaria alguns poucos meses para a fabricação de um dispositivo nuclear subterrâneo para testes", disse o instituto em comunicado.

Assim, especialistas americanos apoiam a declaração feita pelo Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu à Assembleia Geral da ONU, na qual ele afirmou que dentro de meio ano, o Irã estaria tão perto da fabricação de armas nucleares e exigiu que os países ocidentais devem estabelecer linhas vermelhas para a República Islâmica do Irã.

"O Irã já tomou a decisão política de construir uma bomba atômica", disse Rajab Safarov, um cientista russo. "Se eles quisessem para produzi-la, podem até esconder, eles não temem ninguém. Israel já tem, como a Índia e o Paquistão, as superpotências já têm armas nucleares há mais de meio século".

O chefe do Pentágono, Leon Panetta, não concorda com as previsões dos peritos. "De acordo com a inteligência dos EUA, o Irã ainda não decidiu para construir armas nucleares", disse o alto funcionário em uma entrevista. "Mas se eles decidirem, de acordo com várias avaliações, dentro de um ano a um ano e meio conseguirão produzi-la".

As declarações da ISIS contradizem claramente as conclusões alcançadas recentemente pelos especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

No final da semana passada, os peritos da agência descobriram que o Irã processou um terço de seu urânio altamente enriquecido como pó farmacêutico, deixando praticamente inutilizável para armas nucleares. Com este ato, "O Irã quer demonstrar a sua boa vontade e que está pronto para retomar as negociações com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear", disse a AIEA em um comunicado, mas os EUA rejeitarão que o ato seja o suficiente para demonstrar real boa vontade.
 
Rússia, por sua vez, acredita que o Ocidente deve parar de exercer pressão sobre o Irã, porque é isso que temos que fazer com que o governo iraniano tome posições mais duras. Uma resposta política dura do Ocidente será uma política dura de Teerã. O diálogo é a única maneira de resolver o problema iraniano.

Em Israel cresce o temor por uma guerra sem precedentes contra o Irã e seus aliados, o Hezbollah e a Síria ao norte, e o Hamas ao Sul.

Fonte: Cafetorah