Antropologia – A teologia de Darwin (01) escrito por Michael Caceres

Conheça Charles Darwin , o teólogo. Durante a segunda metade do século XIX este britânico possuía alguns rivais. Ele alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução das espécies e propor uma teoria para explicar como ela — supostamente — se dá por meio da seleção natural.

Darwin tinha cinco irmãos, ele foi o quinto filho do médico Robert Darwin e sua esposa Susannah Darwin. Em 1817 a família Darwin perdeu sua matriarca, Charles tinha apenas oito anos. No ano seguinte, em 1818 Darwin foi enviado para a escola Sharewsbury. O fato de Darwin ter um interesse incomum por plantas e animais era apenas um precursor do inicio de sua pesquisa, quando formaria a teoria da evolução. O tempo fez dele um naturalista.

Decepcionado pelo desinteresse do filho no estudo da medicina, Robert Darwin matriculou Charles em um curso de Bacharelado em Artes na Universidade de Cambridge para que ele se tornasse um clérigo. Isso mesmo! Charles Darwin se tornaria um sacerdote e teria a incumbência de explorar as maravilhas da criação de Deus. Mas ele não se interessou. Darwin aproveitou o tempo para cassar e cavalgar. Ele também passava muito do seu tempo coletando besouros. O interesse de Charles Darwin por teologia pode ter nascido em Cambridge, quando ele conheceu o reverendo anglicano John Stevens Henslow. Durante esta época, Darwin se interessou pelas ideias de William Paley, em particular, a noção de projeto divino na natureza. Paley era teólogo e filósofo, argumentava que a complexidade e adaptações dos seres vivos eram prova da intervenção divina na criação.

Henslow recomendou que Darwin fosse o acompanhente de Robert FitzRoy, capitão do barco inglês HMS Beagle, em uma expedição de dois anos que deveria mapear a costa da América do Sul. Isto lhe daria a oportunidade de desenvolver a sua carreira como naturalista. A viagem do Beagle durou 4 anos e 9 meses e trouxe-lhe reconhecimento como geólogo e posteriormente fama como escritor. Darwin acreditava em Deus como legislador supremo e inicialmente não duvidava da verdade literal da Bíblia. Ele chegou a frequentar uma escola em uma igreja e mais tardr, agora casado, trabalharia em uma igreja local e participaria de trabalhos comunitários desenvolvidos pela igreja, mas, aos Domingos, ia caminhar enquanto sua família ia para o culto. Darwin reconhecia o argumento de William Paley de que o projeto perfeito da natureza era uma prova inequívoca da existência de Deus. Tal reconhecimento era fruto da leitura devocional da Bíblia, que reconhecia como uma autoridade moral.Contudo, ele tinha dificuldade de entender os fatos que ligavam as histórias do Velho Testamento, incluindo a criação.

No final de sua vida, Charles Darwin reconhecia suas dificuldades de interpretação bíblica do Antigo Testamento. E a Lady Hope, uma mulher cristã que esteve muitas vezes ao lado de sua cama nos seus dias finais, ele teria dito que suas ideias eram informes na sua juventude e foram se alastrando.

"Fiz algumas alusões às fortes opiniões expressas por muitos sobre a história da criação e sobre os julgamentos que faziam a respeito dos primeiros capítulos de gênesis.Ele pareceu angustiado, crispando seus dedos nervosamente, e um ar de agonia tomou conta do seu rosto ao dizer: Eu era um jovem com ideias informes. Soltava perguntas, sugestões, indagando o tempo todo sobre tudo. Para o meu espanto, as ideias se alastraram como fogo. As pessoas fizeram delas uma religião", relatou a senhora Hope.

  

(Citado no livro: O que eles disseram a um passo da eternidade, John Myers, pp. 244, Worship Produções, D’Sena Editora.)

Fonte: GospelPrime.com