Até quando a Igreja vai se calar?

 

A oração de guerra tem poder para mudar o curso de uma ou mais histórias em nossa sociedade

A oração de um justo é poderosa e eficaz.” (Tiago 15.16b) Você já fez uma oração de guerra? Já comprovou o seu efeito? A intercessão pela vida de alguém ou por alguma situação é a arma para combater a ação do inimigo. No nome de Jesus temos a autoridade para pisar em “serpentes e escorpiões”. Mas se temos essa certeza, porque será que nós, a Igreja, temos nos calado diante dos problemas atuais no mundo?

O número de evangélicos no Brasil aumentou paralelo ao número de divórcios no meio cristão. A violência faz cada dia mais vítimas inocentes como crianças e idosos, com situações de falta de respeito e pré-conceito, além de roubos, sequestros e mortes. Os escândalos têm tido mais destaque do que o mover de Deus e os milagres operados tanto na Igreja quanto no mundo. O fanatismo religioso no mundo árabe faz milhares de vítimas em atentados contra governos, movimentos e outras religiões. Mães continuam jogando seus bebês fora e as drogas continuam invadindo casas e destruindo lares, até mesmo cristãos. 

Está na hora de dizer basta. Está na hora de levantarmos um clamor para que essas situações tenham a interferência de nossas orações. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2Crônicas 7.14)

Sabe aquela revolta que vem em seu coração quando você vê ou ouve algo errado da parte do seu irmão ou líder? É o indício de que Deus te levantou para orar e se posicionar contra isso, com sabedoria. Você precisa influenciar. “Jesus disse que somos ‘sal da terra’ e ‘luz do mundo’. O chamado que expressa sal e luz está acompanhado das expressões terra e mundo. Expressões que falam de nossa geografia e do sistema onde estamos inseridos. A Igreja precisa entender a necessidade de estar inserida e nunca afastada. O Senhor disse que não somos deste mundo, mas estamos nele. A luz não pode ficar escondida e nem o sal no saleiro, eles precisam estar inseridos. Para que assim possam fazer diferença na escuridão e no alimento”, comenta Drummond Lacerda, professor no Seminário Teológico Carisma.

Nos últimos dias vão se levantar, e já têm levantado, falsos profetas, anticristos e pessoas manipuladas pelo engano para envergonhar o nome de Jesus, pregar falsas filosofias e enganar a muitos. Pessoas amantes de si mesmas, que não estão dispostas a testemunhar Jesus, mas se vangloriarem de suas “boas obras”. O mais triste é que essas pessoas estão convencendo outras dezenas, centenas e milhares de pessoas a viverem da mesma forma. E nós, Igreja, estamos deixando isso passar por nós sem ao menos um grito de basta sair de nossa boca.

 “O que percebo é que a Igreja muitas vezes se esquece de fazer diferença, para apenas se preocupar com sua própria condição espiritual. Precisamos de uma postura mais ativa em mostrar o que a Palavra de Deus diz sobre os assuntos. Muitas vezes o mundo esta colocando ‘comidas’ sem gosto algum na boca das pessoas, e nós ficamos só observando sendo que temos um ‘tempero’ que pode fazer toda a diferença. Infelizmente, a Igreja se cala quando deveria falar. O reverendo e ativista que fez uma grande diferença na sociedade norte-americana, Martin Luther King disse: ‘Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam’”, acrescenta Drummond.

Não há espaço para nossa timidez, nem mesmo para o comodismo. Estamos sedentários na fé. Experimentamos um pouco de um mover em uma época de nossas vidas e pronto, já estamos satisfeitos. Mas o que já vimos, ouvimos e sentimos não é nem uma gota do mar infinito de bênçãos e poder do nosso Deus. Nossa oração de guerra tem poder para mudar o curso de uma ou mais histórias em nossa sociedade, ressuscitar mortos, curar enfermos, expulsar demônios, vivenciar milagres, avivamento etc “Jesus uma vez foi curar uma mulher encurvada no sábado. E os religiosos ficaram enfurecidos com Ele porque ele estava fazendo num dia sagrado. Jesus depois tentou explicar para eles que não existe nada mais importante para Deus do que pessoas. Nossos ‘sábados’ nos consomem e esquecemos de pessoas presas a vícios, abusadas pela violência e com casamentos destruídos. Necessitamos entender que só existem libertadores porque há escravos. Só existem médicos por causa das pessoas doentes. O chamado da Igreja só existe porque pessoas estão sofrendo”, conclui Drummond Lacerda.

Não precisamos fazer bagunça e chamar a atenção das pessoas para transformar o mundo. Devemos nos posicionar e passar por aqui fazendo a diferença, até que a Palavra se cumpra, e isso consequentemente chama atenção, porque é grandioso demais para ficar escondido dentro de uma igreja. “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, Sangue, fogo e vapor de fumo.” (Atos 2.17-19)

Por: Stephanie Zanandrais