Cristãos alienígenas

Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma“. (1Pedro 2.11)

Eu gosto da primeira carta de Pedro, capítulo dois na versão em inglês (não na KingJames, mas na NVI), pois a palavra em inglês que ela usa para peregrino é a mesma que nós conhecemos como alienígena, ou seja, extraterrestres. “Dear friends, I urge you, as aliens and strangers in the world, to abstain from sinful desires, which war against your soul”. (1 Peter 2.11).

Parece que perdemos esse princípio cristão de que somos seres “extraterrestres”. Somos peregrinos nesse mundo, mas muitos não vivem como tal. Alguns (ou muitos) fizeram o que os amigos íntimos de Jesus queriam fazer no monte da transfiguração: construíram tendas, fixaram estacas e atearam a verdadeira bandeira que traduzia o que havia em seus corações: “daqui eu não saio, daqui ninguém me tira”.

Muitos acham que vieram pra ficar. Se esquecem que estão de passagem. Vivem presos na corrida incansável pela compra da sensação de bem-estar e, no final, esse estilo de vida só serve para provar que eles, na verdade, não acreditam muito em uma pátria além.

    Thomas Wilson dizia que “ninguém vai para o céu se já não enviou para lá seu coração”. 

    Na língua portuguesa, quando Pedro escreve “peregrinos” e “forasteiros”, temos a ideia de que o apóstolo está sendo redundante, pois essas        palavras são pra nós sinônimas e de pouca ou nenhuma diferença.

    Mas no grego não é assim. Pedro usa palavras diferentes, sendo que com relação a “peregrinos”, se refere a alguém que está hospedado em  uma casa por um curto período de tempo. Já a palavra “forasteiro” diz respeito a alguém que é estrangeiro em um país.

   Isso me faz lembrar que somos peregrinos na casa que habitamos, o nosso corpo corruptível. Esse, decididamente, não é o nosso corpo permanente. Por vezes nos esquecemos que essa casa (corpo) é passageira, que não foi feita para durar pra sempre. O corpo vai ficar doente, vai sofrer… A degradação é automática e inevitável, assim como é automática a habitação do novo corpo, que é glorificado e, por isso, é eterno.

Também somos forasteiros nesse país. Não podemos ganhar os moldes do mundo e se conformar com suas aberrações. Não somos dessa terra, mas sim, extraterrestres. Estamos de passagem!

  Com esta aplicação sobre ser forasteiro e ser peregrino podemos dizer que somos peregrinos tanto dentro desse corpo como também dentro do lugar onde habita o corpo.

Precisamos urgentemente viver como seres extraterrestres. Não somos desse mundo, desse planeta, desse país… Dessa forma, não podemos nos parecer com ele, não podemos criar raízes.

Somos passageiros de um ônibus que não para em nenhum ponto”.

Quero resgatar o significado da imagem do povo de Israel em meio ao deserto. Quero me lembrar sempre que não é só o tempo que passa. Sei que estamos no mundo, pois foi Jesus mesmo quem nos deixou aqui. Então: “Usemos o mundo, mas deleitemo-nos no Senhor”. Thomas Adams

Fonte: www.lagoinha.com