Entenda melhor o que é a faixa de Gaza e o motivo de tantos conflitos

 

Composição, Habitantes e História

A faixa de Gaza é um território no Oriente Médio e um dos lugares mais conturbados do mundo por causa das grandes disputas. 

A designação "Faixa de Gaza" deriva do nome da sua principal cidade, Gaza.

É um território palestino situado em uma faixa costeira ao longo do Mar Mediterrâneo, que faz fronteira com o Egito no sul e é cercado pelo território de Israel a Norte e Leste. Tem cerca de 41 quilômetros de comprimento, e sua largura varia entre 6 e 10 km, com uma área total de 362 km, sendo um dos territórios mais densamente povoados do planeta, com 1,5 milhão de habitantes para uma área de 360 km, sem recursos naturais. A área sofre uma escassez de água e praticamente não tem indústria.

A faixa de Gaza é plana, tendo como ponto culminante Abu ' Awadah, com 105 metros de altura. O seu clima é temperado, com verões secos e quentes. Apenas 13% do território é composto por terras aráveis.

A faixa de gaza é habitada há mais de 3.000 anos. A região era ponto de passagem para antigas civilizações e um entreposto estratégico no Mediterrâneo.  Na região, teria sido enterrado um dos avós do profeta Maomé. 

O Império Otomano dominou a faixa de Gaza durante centenas de anos até a Primeira Guerra Mundial, quando o território tornou-se parte do Mandato Britânico Palestino. A região caiu sob domínio do Egito durante a guerra de 1948 entre árabes e israelenses, que levou à criação do Estado Judaico.Quando em 1947 a Assembleia Geral das Nações Unidas dividiu a Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe, a área que corresponde à Faixa de Gaza deveria integrar o estado árabe. Porém, o plano seria rejeitado pelos Árabes, que não concordaram em dividir seu território com Israel em duas partes, e acabou dando incío à primeira guerra. Gaza absorveu um quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas que hoje fazem parte de Israel. O Egito não considerou os refugiados ali fixados como cidadãos egípcios, embora tenha permitido que estudassem nas suas universidades.

O território ficou sobre controle do Egito até que Israel tomou a faixa de Gaza na guerra de 1967 e colocou fim a sua presença militar no território em Setembro de 2005. 

Depois da guerra dos seis dias, Israel passou a dominar a Cisjordânia, Jerusalém e a Faixa de Gaza. Em todos estes territórios, o governo israelense promoveu a construção de assentamentos de colonos judeus.

Após uma série de acordos assinados entre Maio de 1994 e Setembro de 1999, Israel se comprometeu a transferir para a Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela segurança e pelos civis das áreas povoadas por Palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que não ocorreu.Os territórios povoados por palestinos foram "cercados" pelas colônias judias e os governos israelenses. Isso levou ao fracasso nas negociações para determinar um status definitivo para os territórios palestinos.

Em 2005, o então primeiro-ministro Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos os 8 mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as tropas que os protegiam.O plano também previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e todas as passagens de fronteiras. Em 8 de Abril de 2005, o ministro da Defesa Shaul Mofaz disse que Israel deveria considerar não demolir os edifícios evacuados na faixa de Gaza, à exceção das sinagogas, uma vez que tal seria mais caro e demoraria mais tempo.

Em 22 de Agosto Netzarim foi evacuado paficamente pelas forças armadas israelitas. Isto marcou oficialmente o fim da presença israelita na faixa de gaza ao fim de 38 anos, embora os grupos de demolição continuassem lá a trabalhar.

A situação na Faixa de Gaza começou a se deteriorar depois que o Hamas venceu as eleições palestinas. O Hamas é um movimento político de caráter religioso nascido em Gaza em 1982. Juntamente com a Jihad Islâmica, opuseram-se às negociações com Israel e realizaram uma série de ataques terroristas contra a população civil israelita.

Em Junho de 2006, as Forças de Defesa de Israel lançaram sua primeira grande operação militar contra a Faixa de Gaza, desde a retirada dos colonos judeus do território palestino. Chamada de operação chuvas de verão, a ação de Israel visava resgatar o soldade Gilad Shalit, capturado no dia 25 de junho daquele ano em uma operação conjunta do Hamas e dois outros grupos militantes, que entraram em Israel a partir da faixa de gaza. E depois desencadearam vários e vários confrontos e muitas mortes.

Com a chegada do Hamas ao poder em uma eleição livre e democrática decorrida em Janeiro de 2006, a situação do conflito piorou. Um dos itens da carta de fundação do Hamas é a libertação total da Palestina, incluindo a eliminação do Estado de Israel. 

Na faixa de Gaza, a maioria dos habitantes vivem com menos de 2 dólares por dia. O nível de desemprego ultrapassa a casa dos 50 por cento devido às limitações de locomoção impostas por Israel, o que diminui o comércio através da fronteira e o acesso a postos de trabalho.

O Islamismo é a religião de 99,8% da população, que segue o ramo sunita do islã. Os outros 0,2% são adeptos ao Cristianismo, população que tende a diminuir. Ultimamente, Gaza como um todo, está se tornando mais influenciada pela religião. Cabeleireiros do sexo masculino são proibidos de cortar os cabelos das mulheres; Advogadas passaram a ser obrigadas a usar o hijab nos tribunais para cobrir os cabelos.

 

Entenda como funciona o bloqueio à Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza vive sob bloqueio imposto por Israel desde que o grupo extremista islâmico Hamas assumiu o controle da região. Israel quer enfraquecer o Hamas, pôr fim a seus ataques com foguetes contra a cidade de Israel. Mas, muitas agências de ajuda humanitária dizem que a política serve apenas para punir civis.

A anistia Internacional chamou o bloqueio de "punição coletiva" que resulta em uma "crise humanitária"; funcionários da ONU descreveram a situação como "preocupante" e como "sítio medieval", mas Israel diz que não há desabastecimento em Gaza, justificando que permite,sim, a entrada de ajuda no território.

O que entra e sai de Gaza, e que impacto isso tem?

O que entra: 

Na maior parte dos 3 anos desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, os 1,5 milhões de pessoas da região contam com menos de um quarto dos volumes de importações que recebiam em dezembro de 2005.Em algumas semanas, muito menos do que isso chega à região, apesar de as importações em 2010 terem atingido entre 40% e 45% dos níveis pré-bloqueio. Na esteira da chegada do Hamas ao poder, Israel afirmou que permitiria apenas a entrada de suprimentos humanitários na faixa de Gaza. O país tem uma lista de itens que poderiam ser usados para fabricar armas, com canos de metal e fertilizantes.

A lista da agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos, tem itens de uso doméstico que tiveram entrada proibida várias vezes, como lâmpadas, velas, fósforos, livros, giz, sapatos, lençóis, cobertores, café, nozes, Xampu, Condicionador.

Alimentos: 

Agências de ajuda humanitária que operam em Gaza dizem que conseguem, em grande parte, transportar suprimentos básicos como farinha e óleo de cozinha para o território. Mas a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, diz que 61% dos moradores de Gaza vivem em uma situação de insegurança alimentar.

A distribuição de comida pela UNRWA foi suspensa várias vezes desde Junho de 2007, como resultado do fechamento das fronteiras ou de racionamento de comida. Israel costuma dizer que as fronteiras são fechadas por motivos de segurança.

O futuro da faixa de Gaza ainda é incerto. Podemos entender que o conflito aumentou quando Israel conquistou seu teritório, logo após o terrível Holocausto que matou milhares de judeus; logo após isso, Israel conquistou seu território com o apoio da ONU, e escolheu as terras Palestinas para isso. Palestina, por sua vez, não aceitou dividir seu espaço com Israel. Perdeu! Ficou sem! E hoje vive em terras "emprestadas" por Israel e o conflito continua pela defesa da terra (Israel) e por tentar conquistá-la (Palestina).

Entendemos também que os conflitos não cessam porque o Hamas é um grupo agressivo que não para de cessar fogo, sendo assim, nenhum dos dois cumprem o acordo.

Terras benditas e altamente disputadas.