Jonas em Brasília

 

“E não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? (Jonas 4:11)

É vossa excelência para cá, vossa excelência para lá. É vossa excelência para Miami, para Paris, junto com a família, os amigos, tudo por nossa conta. Confesso que ultimamente tenho ficado indignado ao acompanhar as notícias dos nossos parlamentares em Brasília. Pelo que me consta, o motivo para que haja verba para passagens aéreas vem da época da mudança da capital federal para Brasília. Os parlamentares teriam necessidade de se deslocar para seus estados de origem e com isso foi necessário que tal verba estivesse à disposição dos nossos representantes.

O maior argumento para que a maioria dos parlamentares tenha utilizado a verba em viagens particulares, patrocinando familiares, amigos e correligionários, é o fato de não ter uma regulamentação própria que limitasse tal uso. Mas quem seria responsável por estabelecer tal regulamento? Nós? Ou eles mesmos? Ou será que um pouco de ética e principios não seriam suficientes para deixar claro que tal verba não poderia ser utilizada de forma leviana? A justificativa que os familiares devam sempre estar juntos é interessante, então que se aprove uma legislação para que todos os trabalhadores brasileiros tenham os mesmos direitos garantidos por lei e bancados por seus empregadores.

Mas pensando bem, estes parlamentares antes de serem eleitos, eram povo (eleitor) como nós, aí cabe um questionamento: será que eu e você se estivéssemos lá, faríamos diferente? Penso que a maioria continuaria vivendo deste “esquema de corrupção e impunidade”. Este problema não é privilégio nosso, não é fruto da pós-modernidade, nem da globalização. Há pelo menos 2.800 anos aconteceu um episódio que deixa claro que tal problema não é de hoje.

Nínive, capital da Assíria, estava afundando em corrupção, impunidade e violência. As previsões eram nefastas, o futuro era tenebroso. A confusão era tanta que não sabiam distinguir o direito do esquerdo, o certo do errado, o moral do legal. Deus afirma que a malícia e maldade haviam chegado ao seu conhecimento (Jn.1:2). Por isso, Deus decide levantar um profeta para anunciar a possibilidade de mudança. Jonas é o escolhido e depois de muita resistência, decide ir à Nínive. Anuncia o amor de Deus, sua graça e misericórdia e a necessidade de um verdadeiro arrependimento, seguido de conversão (mudança). A mensagem é tão impactante que a começar do rei (presidente?), todos decidem obedecer a Deus. Com isso a cidade é poupada e transformada.

Não só Brasília e seus parlamentares, mas Goiânia, Goiás e em todo nosso querido país, vivemos a síndrome ninivita. A maioria não consegue e não quer discernir entre o certo e o errado. Deus quer levantar profetas (cristãos), pessoas que conhecem seu amor, para anunciar que existe esperança. Se os meios de comunicação só trazem más-notícias, existe uma boa-notícia (grego=evangelho). Jesus é a solução, para eleitores e eleitos. A Igreja (corpo de Cristo) espalhada por este país afora é desafiada a ser voz profética. Precisamos anunciar que existe solução. A solução está na mudança de coração e mente. Tal mudança só é possível mediante a entrega incondicional da vida nas mãos daquEle que conquistou todo o direito de governar com excelência. Ele sim é a nossa Excelência! Aliás, tudo que Deus faz é com excelência. Ele espera que nós também façamos o mesmo.

Concluo citando que isso não é utopia. Dê uma olhada no exemplo de um grande político chamado Daniel. “Então o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e políticos, porque nele havia um espírito excelente”. (Dn.6:3)

Edinei Beteli Reolon