Líder supremo do Irã acusa EUA e Israel de dividirem muçulmanos

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos e Israel de fomentarem a divisão entre os muçulmanos para sabotar os levantes islâmicos no Oriente Médio.

"Agentes corruptos americanos, sionistas e ligados à Otan estão tentando fazer com que os movimentos de jovens muçulmanos divirjam entre eles e entrem em conflito um com o outro em nome do islã", disse Khamenei, em sua mensagem anual aos iranianos que foram à Arábia Saudita em peregrinação à Meca.

"Eles estão tentando transformar a jihad [guerra santa] contra o colonialismo e o sionismo em terrorismo cego nas ruas. Eles querem que muçulmanos derramem o sangue uns dos outros."

 

Autoridades iranianas já descreveram os levantes da chamada Primavera Árabe anteriormente como "despertar islâmico". O país é tradicionalmente xiita. Algumas das revoltas colocaram muçulmanos sunitas contra xiitas e alauitas, em países como Síria e Bahrein.

O Irã está oficialmente alinhado ao ditador sírio, Bashar Assad, e ao grupo islâmico xiita Hizbollah no Líbano, que considera um "eixo de resistência" contra Israel. O Irã também nega acusações de monarquias sunitas de que está encorajando os levantes xiitas em seus países.

"Os poderes arrogantes, agressivos e intervencionistas estão se esforçando para mudar os rumos desses significativos movimentos islâmicos", concluiu Khamenei.

Ele também reiterou que o Irã se opõe à intervenção estrangeira na Síria, dizendo que apenas os sírios podem saber o que é melhor para eles.

O levante de grupos rebeldes contra Assad já dura 19 meses e resultou em cerca de 34 mil mortes até o momento.

Fonte: www.folha.uol.com.br/