Pare, tem crente no trânsito!

“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”, o pastor dá a bênção apostólica (2Co 13.14) e encerra o momento de culto na igreja. Você sai do templo cheio(a) do amor de Deus e edificado(a) pela ministração. Até que: “Mas que lesma essa na minha frente!”, “Motoqueiro é uma praga, motorista de ônibus e táxi então nem se fala” e “Pedestre folgado”. Enfim, você guarda a bênção numa caixinha e abre o baú da reclamação.

Você briga com as pessoas no trânsito, fala mal de tudo e todos, e esquece que o adesivo com o nome da igreja está logo no vidro de trás do carro, com o louvor tocando nos alto falantes. Não desconsiderando que existem muitos “barbeiros” no trânsito, mas convém dizer que sempre tem um momento, principalmente na mudança de faixa, que a gente também dá uma mancada. E nesse momento a gente não quer ser xingado de jeito nenhum: “Hum, nervosinho. Passa por cima!” ou “Que estressado, tá precisando de férias” e ainda “Nossa esse precisa de Deus. Entra na vida dele Jesus”.

   Ser cristão significa ser não somente seguidor, mas imitador de Cristo. Pense o que Jesus faria no seu lugar quando o carro da frente dá aquela “brecada”. Na Bíblia lemos constantemente sobre o amor, que ele perdoa uma multidão de pecados (1Pe 4.8), tudo suporta, espera, tudo sofre e não se ensoberbece (1Co 13), que não é possível amar a Deus se você não ama quem você vê (1Jo 4.20)

É claro que, se você se envolve em uma batida, se for atrás do seu direito não é pecado. Mas não perca seu direito quando for resolver o desfecho, aja com mansidão e domínio próprio. E em casos como das “fechadas” e erros que não terminaram em prejuízos, oferecer o seu direito de criticar ou ficar bravo é o que o Senhor quer: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” (Mateus 5.38-39)

Certa vez ouvi de pessoas da igreja o caso de um irmão, que me deixou perplexa. O homem foi fechado por um carro e como reação buzinou. O motorista que o fechou saiu do carro com uma arma e apontou para ele e sua esposa. E disse: “Um dos dois morre”. O irmão respondeu: “Não a machuque”. Em seguida levou um tiro e morreu. Todas as vezes que alguém comete um erro, seja pela falta de sinalização ou algo mais grave, penso nesse caso. Pense você também. Chegar ao ponto de perder a vida porque agiu dentro do seu direito é algo que acontece em nossa sociedade. Agradeça ao Senhor por ter te livrado até hoje, mas seja vigilante: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Provérbios 15.1)

Evite suscitar a ira, principalmente dos demais motoristas, pois, com a vida corrida, a pressão de um dia intenso de trabalho, o cansaço do engarrafamento e ainda a falta de Deus, muitas pessoas são levadas até mesmo à loucura. E nesse caso o carro até se torna uma “máquina perigosa” no trânsito. Você, como seguidor e imitador de Cristo, tem no Espírito Santo o alívio, consolo e a força para lidar com as pressões e o cansaço. Também tem a gratidão por ter sido abençoado com um carro e ainda vai cuidar do presente mais valioso que Deus te deu: sua vida.

Então escolha sempre testemunhar Jesus no trânsito, seja gentil, ame mais e abençoe os demais motoristas. Viva os frutos do Espírito que são: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22-23)

Por: Stephanie Zanandrais