Se vencer, Romney deve pedir ao Brasil que reveja relações com o Irã

Um eventual governo Mitt Romney nos EUA estaria aberto a debater seu apoio à elevação do Brasil a uma vaga fixa no Conselho de Segurança da ONU, contanto que o país lhe retribuísse o "cortejo" e revisse a relação com o Irã, que atrai a atenção do republicano

A informação foi dada à Folha por um assessor da campanha de Romney familiarizado com a formulação da política externa, que pediu para não ser identificado.

Ele insiste que o Brasil, embora pouco citado, tem papel central no plano do candidato para a América Latina, ao lado de México e Colômbia.

"Sabemos que o apoio dos EUA [ao Brasil como membro permanente do Conselho] seria significativo, e o presidente Barack Obama não o deu. É uma questão que estaria aberta à discussão com o Brasil sob Romney", diz.

"Mas o cortejo teria de ser recíproco, dada a relação do Brasil com países como o Irã, de um lado, e de outro, o papel construtivo desempenhado em países como o Haiti."

O assessor, que frisa que um governo republicano apoiaria a reforma da ONU, mas estaria "menos enamorado" de instituições multilaterais do que o de Barack Obama, não quis dar detalhes sobre as condições dessa "discussão". Disse que estes só viriam uma vez que o republicano se elegesse.

Dada a preocupação com a crise econômica e o foco da política externa no Oriente Médio e na China, a América Latina tem sido um tema raramente abordado tanto por Obama quanto por Romney.

A relação de países da região com o regime de Mahmoud Ahmadinejad no Irã, porém, é uma preocupação do republicano, sobretudo no caso da Venezuela.

Ainda assim, o laço com Teerã não parece ser empecilho para a intensificação dos negócios com o Brasil, na visão da equipe republicana.

 

Fonte:www.folha.uol.com.br/